Pages

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Pequeno dicionário de bloguês

Para se comunicar na internet, os jovens utilizam um
dialeto especial. Veja o que significam alguns termos:
  

Ae – aí (também usado como saudação)
Aki – aqui
Bj – beijo 
Bjaum – beijão 
Bora – vamos 
Dps – depois 
C – ser
Ctz – certeza 
Doke – do que
Fikei – fiquei
Flw – falou
Fmza – firmeza 
Fofu, fofix – fofo
Hj – hoje
Kdvc – cadê você?
Kra – cara
Ksa – casa
Moh – maior
Msm – mesmo
Naum – não
Ont – ontem
Peçu – peço
Pod – pode
Qdo – quando
Tah – está
Taum – estão
Tpw – tipo
Vc – você
Xau – tchau
[]s – abraços
Msg - mensagem

Fonte: http://veja.abril.com.br/especiais/jovens_2004/p_068.html

Aki a gente tah em ksa!

Blogs e programas de comunicação instantânea
fazem da internet o espaço
onde o jovem
afirma
sua
identidade

Ilustração Ferreira
Convivência: cada um em seu computador, os jovens conversam como se estivessem reunidos ao vivo

Lucas Soares, 15 anos, está conversando com uma amiga pelo computador, em um programa de comunicação instantânea: "Step, bora nu cinema nesti sábadu a noiti?". De sua casa, "Step", aliás, Stephanie Lithium, também 15 anos, aceita o convite: "Vamu ae! Pod c as 8?". Os pais de Lucas e Stephanie podem ficar tranqüilos: seus filhos não desaprenderam o português. Lucas e Step apenas estão usando abreviações e neologismos que, para os jovens que hoje passam horas em frente ao computador, tornam mais ágil e divertida a comunicação na internet. Essa língua – que alguns já chamam de "bloguês" (veja glossário) – é um dos sinais mais evidentes de que os jovens realmente estão afirmando sua identidade na rede. "Nós estamos hoje diante de uma nova geração de usuários da internet, jovens que fazem da rede um lugar de convivência", diz o publicitário Pedro Cabral, presidente da Agência Click, especializada em publicidade na internet. Os diários eletrônicos, ou blogs, e os comunicadores instantâneos como o MSN ou o ICQ são as ferramentas básicas dessa convivência.

Chico Guedes
Juliana: cinco horas por dia na frente da máquina

Estima-se que até o fim do ano 10 milhões de blogs estarão no ar no mundo. Dos existentes hoje, 51,5% são de pessoas entre 13 e 19 anos. O adolescente gosta não só de produzir o próprio blog, mas também de espiar a página dos outros. No Brasil, em uma pesquisa realizada em março, 42% da turma de 12 a 24 anos que acessa a internet visitou algum blog. Na mesma faixa de idade, os usuários de comunicadores instantâneos – programas que permitem a troca de mensagens em tempo real, como em uma conversa ao vivo – são 60%.
O conteúdo típico de um blog adolescente é uma fascinante miscelânea: poemas, letras de música, desenhos de bichinhos, registros das atividades do dia, pensamentos e fotos de ídolos como Amy Lee, vocalista do grupo Evanescence. "Enquanto o adulto só exibe a arte-final, o adolescente mostra seus rascunhos no blog, que assim se torna um modo divertido de esse jovem estabelecer sua identidade", diz o estudioso da vida digital Luli Radfahrer, professor da Escola de Comunicações e Artes da USP. Diferentemente do velho diário em papel, o blog é público e pode ser inspecionado até pelos pais do blogueiro. Mas isso não significa uma perda de "intimidade". Pelo contrário, os adolescentes descobriram um certo poder liberador na rede. "Pela internet, pergunto e falo coisas que teria vergonha de dizer pessoalmente", admite Lucas Soares.
Ana Araujo
Lucas: site sobre Avril Lavigne feito com amigos virtuais

Isso vale tanto para os blogs como para os comunicadores instantâneos, principais responsáveis pelo crescente número de horas que a garotada passa com os olhos vidrados na tela e os dedos batucando no teclado. "Tirei os comunicadores da minha máquina, pois eles acabam viciando", diz Juliana Ferreira, 18 anos, de Vitória, Espírito Santo. O "vício" era implacável: Juliana atravessava as madrugadas conversando no computador, quando tinha de acordar às 6 horas para ir à aula. Hoje, enquanto se prepara para o vestibular, ainda passa cinco horas por dia no computador. Mantém seu blog sempre atualizado e tem feito amizades virtuais com os visitantes que deixam comentários na sua página. Foi igualmente por meio de comentários em um blog que Venâncio Domingos, 24 anos, encontrou Fernanda Gava, 18. Hoje os dois moram em Curitiba, mas, quando se conheceram pela internet, ela vivia em Florianópolis. São conhecidos na internet como "Casal Fotolog", graças à popular página de fotos que montaram quando namoravam a distância. Tornaram-se a imagem ideal para os internautas românticos. Existem até outros blogs dedicados a comentar a beleza do casal. "As pessoas acham que somos o casal perfeito. Mas é porque nunca publicamos nossas brigas na internet", diz Venâncio.
A despeito do sucesso do Casal Fotolog – que em algumas semanas já teve até 200 000 visitantes em sua página –, a paquera com desconhecidos não é costumeira entre jovens internautas. No grupo que atravessa a noite jogando conversa fora pelo computador, em geral todos se conhecem pessoalmente. A interação entre comunicadores e blogs, porém, também permite que o jovem estabeleça relações que eram impossíveis em tempos menos globalizados. Para comparar, imagine um fã-clube de alguma estrela pop dos anos 80. Os jovens fãs teriam de arranjar uma sede para o clube, com uma parede para pendurar um pôster. Hoje, a foto no blog ou site substituiu o pôster, e os fãs trocam informações a distância. Lucas Soares participa de um fã-clube virtual de Avril Lavigne. De Jataí, cidade do interior de Goiás, ele ajuda amigos virtuais de São Paulo e de Portugal a atualizar um site dedicado à cantora teen canadense. Flw?
 


Fonte: http://veja.abril.com.br/especiais/jovens_2004/p_068.html

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

"Se cada um der de si um pouco que seja para o social, com certeza teremos um Brasil melhor."
(Autor Desconhecido)

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Sistema de status e papéis sociais

Sistema de status e papéis sociais

Em uma empresa, o patrão tem direitos e deveres, além de privilégios, diferentes dos de seus empregados. Numa escola, os direitos e deveres do professor são diferentes dos de seus alunos. Todo indivíduo ocupa na sociedade em que vive posições sociais que lhe dão maior ou menor valor, prestígio social e poder.
A posição ocupada pelo indivíduo no grupo social ou na sociedade denomina-se status sócial.
O status social implica direitos, deveres,manifestações de prestígio e até privilégios,conforme o valor social conferido a cada posição. Assim, os diretores de uma grande empresa gozam de certas regalias - altos rendimentos, carro à disposição, sala bem decorada, secretárias, tratamento cerimonioso por parte dos funcionários -, vantagens que os outros empregados não têm. Ou seja, o status dos diretores é mais elevado. Seus deveres e responsabilidades estão ligados a esse status, e muitas vezes eles precisam tomar decisões difíceis a favor da empresa, como demitir funcionários ou cortar salários.
Numa sociedade, o indivíduo ocupa tantos status quantos são os grupos sociais a que pertence. Vejamos o exemplo de uma pessoa que é chefe de família, ocupa o cargo de gerente de vendas de uma empresa, é sócio de um clube, freqüenta a igreja de seu bairro, pertence ao diretório regional de um partido político. Essa pessoa tem um status no grupo familiar, um status ocupacional, um status no grupo de recreação, outro no grupo religioso e outro ainda no partido político.
Dependendo da maneira pela qual o indivíduo obtém seu status, este pode ser classificado em:
status atribuído - não é escolhido voluntariamente pelo indivíduo e não depende de suas ações ou qualidades. Por exemplo, o status de "filho de operário" ou de "irmão caçula". Os principais fatores atribuidores de status são: idade, sexo, raça, laços de parentesco, classe social etc.;
status adquirido - obtido em função das qualidades pessoais do indivíduo, de sua capacidade e habilidade. Os status que uma pessoa obtém ao longo da vida como resultado de competição e trabalho são status adquiridos, pois dependem de suas habilidades pessoais e supõem uma vitória sobre outros concorrentes e o reconhecimento de tal êxito pelo grupo social.
Em algumas sociedades, como na Europa medieval, os status eram quase que exclusivamente atribuídos (uma pessoa era nobre porque sua família pertencia à nobreza). Nas sociedades modernas, predominam os status adquiridos. Um exemplo de sociedade em que ainda imperam os status atribuídos é a índia, onde as pessoas já nascem dentro de uma categoria social- a casta - e nela permanecem até a morte, sem possibilidade de mudança de status.
Em nossa sociedade, os indivíduos geralmente buscam status mais elevados. Isso explica a insistência com que se procura "subir na vida". Quanto mais escassas as oportunidades para se conquistar determinado status, mais intensa a competição entre os concorrentes em disputa por ele.

Papel social

Ao dar uma aula e exigir que os alunos prestem atenção, o professor está cumprindo os:
- deveres e exercendo os direitos ligados a seu status social. Ou seja, está cumprindo seu papel social.
Papéis sociais são os comportamentos que o grupo social espera de qualquer pessoa que ocupe determinado status social. Corresponde mais precisamente às tarefas, às obrigações inerentes ao status. Por exemplo, de um médico se espera que atenda corretamente seus pacientes, que se preocupe com eles, que ouça suas queixas, que faça um diagnóstico preciso e que trate as enfermidades de modo competente. Caso não aja assim, não estará cumprindo o papel que seu status de médico determina e será, portanto, questionado pela sociedade.Status e papel social são coisas inseparáveis e só os distinguimos para fins de estudo.
'
Não há status que não corresponda a um papel social e vice-versa.
Todas as pessoas sabem o que esperar ou exigir do indivíduo, de acordo com o status que ele ocupa no grupo ou na sociedade. E a sociedade sempre encontra meios para punir os indivíduos que não cumprem seu papel.

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Geração pontocom

O Brasil foi até bem pouco tempo atrás um país com comunicações precárias e uma sociedade com base na vida rural. Os jovens de hoje só conhecem essa realidade pelos livros de história. Quando eles nasceram, nos anos 80, o país já tinha instalado um parque industrial grande e moderno e estava conectado por redes de comunicações e por satélites. Na década seguinte, essa modernidade se traduziu na entrada na vida da classe média urbana da mesma tecnologia disponível em países mais desenvolvidos. Para o adolescente, telefone celular, videogame, cartão eletrônico, videocassete e computador sempre estiveram presentes. O PC é um equipamento que acompanhou o jovem praticamente desde seu nascimento. Muitos foram alfabetizados digitando no teclado. Uma pesquisa conduzida com 2 098 adolescentes em sete capitais brasileiras pela consultoria CPM Research mostra que mais da metade deles sabem usar o computador e que 49% o usa regularmente na escola.
A rapidez com que novas formas de comunicação foram desenvolvidas nos últimos anos, misturando texto, som e imagem, causou uma revolução nos hábitos e costumes. A geração imediatamente anterior, nascida nos anos 70, enfrentou o desafio de crescer nos centros urbanos sem a presença da mãe, inserida no mercado de trabalho, e com os olhos grudados na telinha da TV, em atitude passiva. Em tese, pouca coisa mudou – os jovens de hoje também passam boa parte do tempo sozinhos, sem a presença de adultos. A diferença é que o computador se transformou numa babá eletrônica mais interessante que a televisão. Com a internet, o centro do mundo dessa geração, o hábito do entretenimento eletrônico passou a ser interativo e nada solitário. O adolescente pode participar de um jogo virtual com um amigo conectado do outro lado do mundo ou se comunicar com a namorada via e-mail. A internet também serve para ajudar em trabalhos escolares, baixar a música do conjunto favorito ou entrar num chat de discussão sobre o filme da moda. "O que mais me fascina no computador e na internet é a possibilidade de poder aprender sozinho", resume o estudante paulista Thiago Graziani Traue, de 16 anos, que navega pelo menos três horas por dia.
A disseminação do uso da rede de computadores já está revalorizando a linguagem escrita – o que não deixa de ser fascinante, quando se sabe que o hábito de leitura é cada vez menos freqüente, principalmente entre os jovens. A conseqüência mais visível, segundo o pesquisador americano Walter Ong, da Universidade Harvard, é o surgimento de uma "segunda alfabetização". A popularização dos programas de mensagem instantânea, como o ICQ e o Microsoft Messenger, comprova a tese de Ong. Eles funcionam como um correio eletrônico em tempo real. Basta acessar a internet e usar o programa. Além de encurtar distâncias, o diálogo é rápido, instantâneo mesmo. Alguém digita de um lado e o interlocutor, na outra ponta, recebe o recado na hora. A rapidez é codificada por sinais gráficos e pontuada por inúmeras abreviações. "Talvez" vira "tv", "demais" é digitado com um simples "D+", e assim por diante. Já existe um vocabulário próprio, embrião da nova linguagem que invade a tela dos computadores e também de celulares, palmtops e outros meios de comunicação que utilizam a linguagem escrita on-line. Apenas o ICQ conta com 150 milhões de usuários no mundo. O Brasil está entre os três países com maior número de usuários.
A rapidez e a destreza em localizar e selecionar informações são alguns dos trunfos dessa geração digital. Muitos educadores se preocupam com os efeitos que a comunicação eletrônica possa ter sobre os adolescentes. Notam entre muitos deles a dificuldade de ler textos discursivos ou de se concentrar muito tempo numa única atividade. Aulas tradicionais, nas quais o professor fala e escreve com giz no quadro-negro, já não prendem a atenção dos alunos. "O adolescente está superexposto à informação e tem habilidade para processar várias coisas ao mesmo tempo", diz Sérgio Américo Boggio, diretor de informática do Colégio Bandeirantes, de São Paulo, pioneiro na utilização de métodos computacionais na sala de aula. "Mas tem dificuldade em se aprofundar em qualquer assunto", completa. Para compensar os excessos da linguagem eletrônica, algumas escolas têm aumentado a carga de leitura nos cursos e oferecido atividades complementares típicas da era pré-digital, como cursos de atividades manuais. Os alunos se dedicam a montar caixas e prismas para treinar a observação de objetos tridimensionais. É possível que muitos deles apanhem feio na hora de manipular réguas, tesouras e papelão. Mas são imbatíveis com um mouse na mão.

Fonte: http://veja.abril.com.br/especiais/jovens_2003/p_084.html                                    

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

O sentido de liderança


O conceito de liderança ressalta a capacidade de alguns indivíduos comoverem, inspirarem e mobilizarem as populações de seus países na busca do mesmo objetivo. Algumas vezes, a liderança está a serviço de fins dignos; outras, não. Independentemente de seus objetivos, os grandes líderes deixam sua marca pessoal na história.
A liderança pode melhorar ou piorar a condição de um povo. Alguns líderes têm sido responsáveis pelas loucuras mais extravagantes e pelos crimes mais monstruosos. Em contrapartida, outros têm sido vitais para a conquista de alguns dos avanços da humanidade, como a liberdade individual, a tolerância racial e religiosa, a justiça social e o respeito pelos direitos humanos.
Não há um modo seguro de reconhecer antecipadamente se um líder trará ou não benefícios para o seu povo. Um dos critérios de avaliação pode ser este: os líderes comandam pela força ou pela persuasão? Pela dominação ou pelo consentimento?
Durante séculos, a liderança foi exercida pela legitimação do direito divino. O dever dos seguidores era submeter-se e obedecer. "Não perguntar por que, apenas fazer e morrer."
A grande revolução dos tempos modernos foi a introdução do direito da igualdade. A ideia de que todos os indivíduos podem ser iguais perante a lei derrubou as velhas estruturas baseadas na hierarquia, ordem, autoridade e submissão.
Um governo  fundamentado na reflexão e na escolha passou a exigir um novo estilo de liderança e uma nova qualidade de seguidores. Tornou necessária a formação de líderes que respondessem aos anseios populares e seguidores suficientemente preparadas para participar desse processo.
Um segundo critério para avaliar a liderança pode ser o objetivo do líder ao procurar alcançar o poder. Quando alguns líderes pretendem impor a supremacia de uma raça [como ocorreu entre 1993 e 1945 na Alemanha nazista, sob a liderança de Adolf Hitler], a promoção de uma revolução totalitária, a aquisição e exploração de colônias, a manutenção de privilégios, ou a preservação do poder pessoal, é muito provável que suas lideranças resultem em retrocesso para a humanidade.
Quando  objetivo do líder é a abolição da escravatura, a libertação da mulher, a justiça social, a proteção dos direitos das minorias, a defesa da liberdade de expressão e de oposição, é provável que sua liderança dê uma importante contribuição para o aumento da liberdade e do bem-estar humanos.
Entretanto, mesmo os líderes mais respeitados devem ser vistos com certa cautela. Nenhum líder é infalível, e cada líder deve ser lembrado disso o tempo todo. A crítica irreverente irrita os líderes, mas é o que os salva. A submissão total corrompe o líder e degrada seus seguidores. O culto a um líder é sempre um grave equívoco.

terça-feira, 6 de setembro de 2011